No TV Sinpro de quinta-feira, de 3 de fevereiro, a dirigente sindical Rosilene Corrêa conversou com as gestoras e professoras Eufrazia, do CED 08 do Gama; Ana Claudia, da EC 09 do Gama; e Andréia, da EC 08 do Guará, sobre os desafios do retorno do ano letivo com pandemia de Covid recuperando fôlego, com UTIs lotadas e vacinação andando a passos de tartaruga, além da falta de repasse de verbas do governo distrital, que ainda não repassou os recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) para as unidades escolares.
Rosilene Correa, diretora do Sinpro DF e da CNTE, lamenta que mais uma vez o início do ano letivo está batendo nas portas e as escolas ainda não receberam o PDAF. “O Programa de Descentralização Administrativa e Financeira é um recurso para fazer os devidos reparos e providenciar as coisas mais necessárias para a escola estar minimamente organizada para receber todos os alunos de volta”, esclarece.
De acordo com a diretora do Sinpro, a rede pública recebeu mais de 26 mil novas matrículas, o que já era esperado. “Estamos vivendo uma crise econômica no país aprofundada pela pandemia. Nós estamos em uma fase de empobrecimento da classe trabalhadora brasileira, então há um movimento natural de estudantes que estavam em escolas particulares, vindo para as escolas públicas. São muito bem vindos, porém, a Secretaria de Educação não se preparou para isso”, afirma.
A professoras Eufrazia, do CED 08 do Gama, destaca que devemos observar que o problema não é individual, e sim coletivo. “É um problema da rede. Uma coisa que é muito relevante e é preciso colocar é que foi retirado o coordenador do ensino médio. Nós estamos implantando um novo ensino médio e não vamos ter direito ao coordenador, então é outra luta”, pontua.
Segundo a professora Andreia da EC 08 do Gama, todos os anos os professores vivem em uma corda bamba em relação ao PDAF. “O correto é que ele saísse antes do ano letivo começar. Eu tenho 55 turmas e em cada turma de inclusão, há 12 alunos especiais”, enfatiza. “A minha escola é toda na inclusão, então o meu desespero hoje é em relação ao PDAF”, completa.
Ana Claudia, da Escola Classe 9 do Gama, pontua que uma política educacional sólida não é construída sem comunicação e planejamento. Ana Claudia diz ainda que as conquistas de sua categoria estão sendo ameaçadas e inclusive, alguns educadores vão abrir mão da educação integral porque não tem mais condição de receber os alunos nas escolas.
“Imagina o prejuízo pedagógico para essas escolas e famílias. Nós estamos sentindo falta de diálogo, respeito, organização, e isso tudo tem afetado nosso trabalho. Essa precarização que a educação pública vem sofrendo precisa ter fim”, ressalta.