Ancorado pelo influenciador digital Wallace Neguerê, o programa Povo Negro recebeu, em 21 de junho a empresária Pity Sullivan, (24), para discutir sobre o mercado de trabalho para influenciadores negros. “A minha visão em relação ao que está acontecendo é que o nosso movimento está crescendo e isso é muito bom. Mas por outro lado, nosso trabalho vem sendo desmerecido por certas empresas, é como se não tivéssemos valor”, destaca Pitty Sulivan.

A influencer e empresária ressalta que usou as redes sociais para falar sobre a importância da valorização dos negros. “Fui a público falar que nós estamos aqui, nós existimos, nós somos Brasília! Eu preciso que as pessoas enxerguem o trabalho da influencer negra como eles enxergam o trabalho da influencer branca. Infelizmente existe uma separação muito grande aí”, afirma.

Pitty Sulivan revela que quando trabalhou para eventos de algumas empresas específicas, sentia uma diferença no tratamento entre influencers negras e brancas. “É como se fôssemos as cotas daquele evento”, lamenta.

Pity diz ainda que depois de um tempo, foi convidada para produzir conteúdo sobre um determinado Shopping. “Me ofereceram somente R$ 200,00. Uma quantia que mal paga minha condução até o local. Falei que iria pensar, mas acabei não indo. Passados alguns dias, uma das meninas que também foi para esse evento no shopping, me contou que recebeu R$1.200,00. Pra mim isso foi um choque”, relata.

Segundo a influencer e empresária, os valores dos cachês em Brasília estão relacionados a cor de pele. “Isso tem me chateado muito. A visibilidade que a galera de Brasília quer, é uma visibilidade atrelada a cor. Essas atitudes não tem nada a ver comigo, mas sim com o racismo estrutural”, pontua.

Pity revela que está criando um movimento em Brasília voltado para influenciadores negros. “É tipo uma comunidade fechada somente para network, onde vamos mostrar nosso valor e ensinar aos participantes a colocarem valor no trabalho deles também. Neste sábado, 25 de junho, faremos nosso primeiro evento”, reforça.

Ao final da edição, Pitty Sulivan destaca que existem grandes empresas que querem e valorizam o trabalho do influenciador negro. “Nosso público é social. A gente aceita nosso cabelo, nossa pele e sabemos onde devemos estar”, enfatiza. “A Avon por exemplo, lançou uma campanha inteira onde foi modificada toda a equipe gestora, dando oportunidades para pessoas negras na gerência. Além disso, lançaram mais de 50 tons de bases no mercado. Isso garante mais visibilidade para as meninas negras”, completa.

Acompanhe a influenciador digital nas redes sociais: @pitysullivan

Assista este bate papo completo:

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