Ferramenta da organização Repórter Brasil aponta os parlamentares que atuaram por projetos danosos ao meio ambiente, aos interesses de povos indígenas e aos trabalhadores rurais. Todos são aliados de Bolsonaro
Publicado: 16 Agosto, 2022 – 10h10 – Escrito por: Redação CUT
A organização Repórter Brasil divulgou, nesta segunda-feira (15), a versão 2022 de uma ferramenta que facilita a avaliação dos eleitores sobre o desempenho dos deputados da atual legislatura que são contrários ao meio ambiente, os povos indígenas e aos trabalhadores rurais.
O “ruralômetro” compila dados do Congresso Nacional e mostra os parlamentares que são coniventes com a devastação ambiental e o aumento da violência no campo e contra povos indígenas: 351 (68%) dos deputados estão na lista. Isso significa que dois a cada três deputados são cúmplices do desmonte socioambiental levado a cabo pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Na prática, a contribuição consiste na apresentação de projetos de lei e na aprovação de mudanças legislativas que prejudicam a fiscalização ambiental, favorecem atividades econômicas predatórias, precarizam a legislação trabalhista, dificultam o acesso a benefícios sociais e travam a reforma agrária.
Pacote da destruição
Entre os retrocessos aprovados pela Câmara desde 2019, Kenzo Jucá, assessor legislativo do ISA (Instituto Socioambiental), aponta três projetos do chamado “pacote da destruição”.
Trata-se do PL 6.299/2002, ou “PL do Veneno” (que libera o uso de agrotóxicos, incluindo os comprovadamente cancerígenos, sem necessidade de aprovação da Anvisa), do PL 2633/2020, conhecido como “PL da Grilagem” (que afrouxa a fiscalização fundiária e facilita a grilagem de terras públicas), e do PL 3729/2004, ou Lei Geral do Licenciamento Ambiental (que elimina o licenciamento em alguns casos, cria o autolicenciamento em outros e enfraquece o papel das agências ambientais).
As três medidas, que fazem parte da base de dados do Ruralômetro, estão em análise no Senado.
Ranking dos deputados destruidores
No ranking dos 20 deputados com pior avaliação, 14 estão em primeiro mandato. São parlamentares novatos, eleitos na onda de ódio ao PT em 2018 que elegeu Bolsonaro.