Ancorado pelo influenciador digital Wallace Neguerê, o Povo Negro de terça-feira, 6 de setembro, recebeu a multiartista Jusianne Castilho para falar sobre produção cultural negra no DF na tela da TV Comunitária de Brasília. Jusianne é tutora de empreendedorismo pelo projeto Potência Feminina; Idealizadora do Ateilê Oyin, um projeto racializado que tem como objetivo promover a valorização da cultura e estética negra. A multiartista também é mãe, periférica e produtora cultural.
A produtora cultural Jusianne Castilho faz parte do Movimente-se, um projeto de oficinas culturais que acontece no Jovem Expressão. A produtora comenta que participa também do África é nós, um projeto que oferece oficinas culturais nas escolas. Além destes, Jusianne também integra o projeto Todas Elas que oferece curso de empreendedorismo gratuito para mulheres em situação de vulnerabilidade. “No DF, esse projeto atingiu 5 mil pessoas. Já no Brasil, ele atingiu 50 mil pessoas em situação de vulnerabilidade”, ressalta.
Jusianne Castilho convida toda a comunidade para se inscreverem no projeto Todas Elas. “Eu sou mobilizadora de Ceilândia e a turma está aberta. Quero convidar as mulheres da quebrada para se inscreverem a aprenderem os conteúdos que serão ensinados. O conteúdo é muito fácil de aprender e executar. Além disso, e o curso é online e gratuito”, destaca.
Castilho esclarece que para as pessoas em vulnerabilidade social que não têm acesso à internet, pode chegar no espaço do Jovem Expressão que lá, é oferecido internet. “Você pode ir lá conectar no Wi-Fi ou até mesmo usar os computadores de lá. O projeto jovem expressão fica na Ceilândia, na Praça do Cidadão”, diz.
A produtora cultural relembra que foi trabalhando como mentora dos projetos Potência e Toda Elas que adquiriu experiências e aprendizados. Com isso, Castilho começou a passar seus aprendizados para outras pessoas também. “Eu vejo que uma das minhas maiores metas é ser multiplicadora de conhecimento. Não adianta nada eu aprender e guardar aquilo tudo para mim se a quebrada que eu moro, está quebrada literalmente”, pontua.
Segundo Jusianne, em seu projeto só tem pessoas da quebrada. “Todos os artistas que vão se apresentar são pessoas negras. É um modo de fazer o dinheiro circular entre a gente. É muito triste trabalhar bastante e no final do mês ter o bolso vazio”, lamenta. “Não faz sentido para mim executar um projeto e chamar uma pessoa do Plano Piloto para trabalhar para mim naquele projeto, até porque essa pessoa tem muito mais acesso do que quem mora na quebrada”, menciona.
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