Taxa de transmissão já alcançou 1,18, o que significa que cada grupo de 100 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus transmite a doença para outras 118 e pode aumentar
Publicado: 11 Novembro, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Arte: OPAS
Nas últimas semanas, a taxa de transmissão (rT) de Covid-19 subiu para 1,18, o que significa que cada grupo de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus transmite a doença para outras 118, de acordo com dados da plataforma InfoTracker. O número de casos voltou a aumentar após o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB, mais transmissíveis e resistentes às vacinas.
Os cientistas alertam os brasileiros para que tomem as outras doses da vacina contra Covid-19, sobre a importância do uso das máscaras, especialmente em lugares fechados, e dos cuidados com a higiene, como lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel porque a expectativa é de que o número de casos cresça mais ainda.
Em artigo publicado no blog VioMundo, o cientista e professor Miguel Nicolelis alertou: “É quase certo que estamos entrando numa nova onda da pandemia de COVID19 que, ao contrário do que muitos acreditam, está longe de acabar”.
Segundo ele, a nova variante a BQ.1 “já causou sérios problemas na Europa, Ásia e EUA, chegou ao Brasil e está se espalhando rapidamente. Prova disso é que o fator de replicação já está superior a 1!”
“É preciso reinstituir o uso de máscaras e evitar aglomerações novamente porque, além de tudo, esta nova variante escapa muito mais da cobertura vacinal das vacinas disponíveis no Brasil”, disse Nicolelis.
Feriado é preocupação
Uma das preocupações dos cientistas é com o feriado da Proclamação da República, na próxima terça-feira (15), quando muitos trabalhadores emendam com a segunda e têm quatro dias de folga para viajar, ir à praia, confraternizar com os amigos.
A previsão é de que, com o feriadão, o número de casos suba mais ainda e a rT alcance 1,35.
Mortes e novos casos
Nesta quinta-feira (10), o Brasil registrou 42 novas mortes em consequência de complicações causadas pela Covid-19 em 24 horas, segundo o consórdio de imprensa. No total, já morreram 688.659 pessoas desde o início da pandemia, em março de 2020.
Entre quarta e quinta, o país registrou 9.485 novos diagnósticos de Covid-19, totalizando 34.928.504 casos diagnosticados desde o início da pandemia.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou aumento da transmissão de Covid-19 em pelo menos quatro estados. Primeiro foi no Amazonas, depois foi em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
“É importante lembrar que os dados ainda são parciais e que as informações em relação ao cenário recente estão incompletas. Ainda assim, percebemos a tendência de aumento”, informa o coordenador do boletim InfoGripe, da Fiocruz, Marcelo Gomes.
Máscaras
As universidades do Rio de Janeiro passaram a retomar o uso das máscaras em ambientes fechados como salas de aula e auditórios. As instituições também estão recomendando que, em caso de apresentação de qualquer sintoma respiratório, o aluno ou funcionário deve se afastar imediatamente e informar a coordenação de seu curso. As medidas foram anunciadas por instituições como UFRJ, Uerj, UFF, PUC-Rio e UniRio.
A Universidade Federal Fluminense (UFF), por exemplo, divulgou um informe com algumas recomendações. São elas: uso de máscaras em ambientes fechados, atualização do esquema vacinal, incluindo as doses de reforço, afastamento das atividades laborais e acadêmicas em caso de sintomas gripais e indicação de avaliação médica e continuidade das medidas de prevenção de infecções respiratórias, como higienização de mãos, manutenção de ambientes arejados e boa alimentação.
Enquanto o vírus da covid-19 volta a se alastrar, a comunidade científica é unânime em outra recomendação, além das não farmacológicas. É preciso que a população esteja, em sua ampla maioria, com a vacinação em dia, incluindo doses de reforço.
A Pfizer apresentou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma nova proposta de uma vacina atualizada, chamada de bivalente, que confere maior poder de imunização, em especial contra a variante ômicron. No final de setembro, duas propostas já haviam sido encaminhadas, sem resposta. A Europa e os Estados Unidos já aprovaram o uso emergencial desses imunizantes. Ainda não é possível saber quando essa atualização chegará aos braços dos brasileiros.
Corrida aos postos
Enquanto isso, cabe aos brasileiros estar em dia com as vacinas disponíveis. Cientistas argumentam que elas seguem essenciais, especialmente para evitar casos graves. Até o momento, 171.611.150 brasileiros estão totalmente imunizados após tomar a segunda dose ou a dose única de vacinas, o que corresponde a 79,88% da população do país. A dose de reforço já foi aplicada em 48,97% da população.
Fonte: CUT Brasil