A entrevista concedida pelo ex-ministro dos governos Lula e Dilma foi ao ar em 5 de dezembro, logo após a vitória de Lula no segundo turno das eleições de 2022. Participaram da entrevista, os jornalistas Paulo Miranda, Beto Almeida, César Fonseca e Fernando Mauro Trezza. Eis abaixo, a íntegra da transcrição da entrevista. Um belo documento da TV comunitária de Brasília e também da ComBrasil, a TV Comunitária do Brasil via satélite.
TRANSCRIÇÃO DO PROGRAMA NOTÍCIAS DO BRASIL
DATA: 05/12/2022
APRESENTAÇÃO: Paulo Miranda
CONVIDADOS: Gilberto Carvalho, Beto Almeida, César Fonseca e Fernando Mauro
Paulo Miranda: Olá, estamos no ar com o primeiro programa Notícias do Brasil, vocês viram aí a vinheta Brasília Notícias, mas nós vamos criar essa vinheta em breve, então vai assim mesmo, vamos que vamos. Estamos aqui na TV Comunitária de Brasília, nas nossas redes sociais também, Youtube, Facebook, Instagram, site e estamos também na COMBrasil para o Brasil inteiro, todos os municípios aí, no canal 28 da OI, canal 28 da SKY, canal 3 da Claro TV, canal 239 da VIVO GVT e canal 20 da nossa TV Brasileira pra mais 50 milhões de Brasileiros. E estamos aqui com Gilberto Carvalho, foi ministro da secretaria geral da presidência da república, uma honra muito grande ministro, aliás, Gilberto Carvalho bem-vindo ao nosso programa Notícias do Brasil, inaugurando esse espaço. E nós vamos conversar com Gilberto Carvalho sobre “O papel da mobilização popular no governo Lula” sugestão aqui do grande jornalista da Telesur Beto Almeida, Span TV, correspondente da Rússia, Argentina, Bolívia, Venezuela e por aí vai, nem sei mais qual os outros países, Nicarágua e etc. Estamos também com Cezinha Fonseca, economista, foi do Correio Brasiliense, assessorou o Lauro Campos, grande Senador aqui de Brasília, economista e professor da UnB. E nós vamos conversar com o Gilberto Carvalho, vou passar a palavra pro Beto Almeida, que a sugestão da pauta é dele e aí a gente vai conversando aqui e trocando figurinha aqui. E eu esqueci de falar, estamos aqui também com Fernando Mauro, meu colega presidente da ABCCOM Associação Brasileira de TVs Comunitárias do Brasil, é o todo poderoso aqui das TVs Comunitárias, 120 no Brasil, e também presidente do Instituto ABCCOM que comanda e coordena a COMBrasil, primeira e única TV Comunitária por satélite do mundo, uma honra muito grande, né Fernando a gente ter esse canal pra gente estar utilizando e se comunicando com o Brasil inteiro. Beto.
Beto Almeida: Boa noite Paulo, muito obrigado, saudações a todos que nos acompanham pelo Brasil a fora, é muito feliz esse nome “Notícias do Brasil”, aquela…
Paulo Miranda: Sua sugestão né Beto.
Beto Almeida: Uma música do Milton Nascimento com Fernando Brand que fala da notícia que vem lá do interior mas não deu no rádio, não deu no jornal, não deu na televisão, mas aqui dá, aqui democraticamente a notícia sai. E é isso que nós queremos conversar com o Gilberto Carvalho que foi ministro da secretaria geral da presidência da república lá no governo Lula 1 e 2, agora no governo 3, Gilberto deu uma entrevista recentemente, falava uma coisa que nos chamou a atenção e nos inspirou pra esse debate e nós sabemos que ele está realmente muito interessado em aprofundar esse tema. Se não houver mobilização popular, nós não conseguiremos chegar aos nossos objetivos, de uma transformação, de uma justiça social, uma democracia social, boa noite Gilberto, explica pra nós, como é que fazemos, podemos fazer uma mobilização, porque temos um estoque enorme de apoio popular ao Lula, mas não temos um instrumento de comunicação ainda, porque naqueles 2 governos, nos 4 governos anteriores de construí-lo, como fazê-lo agora?
Gilberto Carvalho: Boa noite Beto, muito obrigado. Paulo, César, Mauro e todos vocês que nos acompanham nesta noite. Nós estamos naturalmente muito felizes, por tudo que tem ocorrido no nosso País mais recentemente, eu sempre digo que “A medida da nossa felicidade pode ser estabelecida se nós imaginarmos como estaríamos hoje caso o Bolsonaro tivesse vencido essa apertada eleição”.
Beto Almeida: Nossa!
Gilberto Carvalho: Ele com o congresso nacional que foi eleito e mais essa novidade que nós temos no Brasil, que é uma militância de direita, de extrema direita fascista, fundamentalista, picareta, infelicitaria o Brasil ainda mais, pra desespero do nosso povo, pra desespero daqueles que tem fome, pra desespero daqueles que sonham com um país de fraternidade, de solidariedade e justiça. Bom, essa alegria que nós estamos sentindo Beto, ela precisa ser consolidada, nós não temos o direito de repetir erros que nós já cometemos e que permitiram ou facilitaram o golpe que com tanta facilidade eles nos deram e nos afastaram do governo. Eu diria que é uma irresponsabilidade, reassumirmos o governo gerando tanta esperança, tanto entusiasmo, na juventude, no País e não prepararmos, não lançarmos bases que deem uma estabilidade e uma permanência pro nosso projeto. Eu sempre digo que eu sou contra o PT ficar muito tempo em governo, nenhum partido pode ficar muito tempo em governo, mas um projeto tem que durar, se não ele não consegue transformar, ele não tem a exploração, o processo todo de exclusão no Brasil é tão profundo e tão longo, da escravidão e de tudo que nós, na implantação do neoliberalismo aqui, que você não curo com 2, 3 4 governos, você tem que ocupar esse aparelho do estado por um longo período, pra consolidar de fato um novo projeto. Nós fomos bem sucedidos naquilo que a gente pode dizer, da mudança da vida material do povo, houve uma mudança real, concreta. Daí veio o grande apoio que o Lula tinha no governo, saindo com mais de 80% de aprovação, ocorre que essa mudança que nós fizemos e que deu momentaneamente ao Lula esse apoio, não resistiu a primeira crise que nós sofremos, uma crise econômica, uma crise patrocinada em grande parte pelos poderes, e eu quero lembrar a figura do Eduardo Cunha e toda a sabotagem que houve na câmara, no senado, no legislativo, o judiciário que foi cumplice, não vamos esquecer de todo aquele processo, do impeachment, da prisão do Lula e tudo aquilo, e um processo longo, um processo profundo, importante de sabotagem na linha, no plano da comunicação. Quando você pega as manifestações de 2013 e as transforma em manifestações na área da moral, dos costumes, do famoso “combate” a corrupção, você copia aquilo que foi feito no transpismo nos Estados Unidos, você deixa de enfrentar a questão econômica material pra jogar a questão da família, da religião e tal como uma espécie de distração e foi por esse flanco que eles nos atacaram, pois bem, é nesse flanco que nós estávamos desguarnecidos, nós não fizemos junto com a inclusão econômica, uma inclusão cidadã, nós não permitimos, nós não favorecemos, nós não estimulamos que junto com as conquistas materiais, no velho e bom método Paulo Freire, um processo de reflexão, de informação que permitisse as pessoas de ao mesmo tempo que elas tivessem acesso a novos bens, entender a razão daquele acesso, o significado daquele acesso, porque o minha casa minha vida, porque a bolsa do ProUni, porque uma cisterna, porque cada bem que você fazia era realizado, porque ele estava dentro de um projeto, de um projeto que deixava de entregar dinheiro pro FMI, para os bancos, para as grandes empresas e investia no cidadão. Ao não fazermos esse processo, de uma ampla educação popular, a um sermos um governo, construímos um governo que eu chamo de governo pedagogo, no sentido de trabalhar essa questão da consciência, nós deixamos o nosso povo a mercê da propaganda, a mercê da sabotagem, de tudo isso. As pessoas quando viram o golpe, acharam que era uma briga de branco, entre o Temer e a Dilma, mal sabiam Beto, César, Paulo as pessoas, que aquelas mãos levantadas naquela criminosa votação, estavam decretando o fim do seu trabalho, do seu pão, dos seus direitos, por isso só foram pra rua os militantes e por isso nós caímos com tanta facilidade. Repetir o erro nesse nosso novo governo, achar que a simples realização de um governo mais eficiente do que o Bolsonaro, mais humano do que o do Bolsonaro, mais sensível ao Bolsonaro, achar que por si só, as ações fazem a política, fazem a formação ideológica, é um erro do qual nós não podemos recorrer.
Beto Almeida: Tem razão.
Gilberto Carvalho: Por isso eu estou muito animado, porque eu encontro hoje no Presidente Lula e particularmente na Presidenta do PT a Gleisi, que não vai ao governo, vai ficar coordenando o partido, pra inclusive estimular esse processo, eu fico animado porque tem uma coisa nova que vai acontecer. Então, as áreas que você tanto batalha Beto, vocês aqui nesse, eu sempre, eu sempre faço questão de homenagear esse reduto da resistência que é a TV Comunitária, as TVs Comunitárias em geral, é pra satisfação de vocês, há uma decisão, uma deliberação, de se fazer um processo de comunicação, de educação popular, de diálogos com o povo, que vão nos dar se Deus quiser, assim eu espero, um salto de qualidade, de modo que em 2026 a gente possa abrir novos passos de avanço dessa, da construção dessa pátria que nós sonhamos que vença esse ódio, que está dividindo todo mundo, que vença a divisão, a exclusão e que lance bases reais para a construção de um país decente, de um país solidário e fraterno. É isso que é a minha, a nossa esperança desse momento.
Paulo Miranda: Fernando Mauro eu queria te incluir aí na conversa pra gente conversar com o Gilberto Carvalho. Como incluir essa comunicação comunitária, além das 120 TVs, a TV Comunitária do Brasil pelo satélite, eu tenho conversado muito com o Jeremias, que é o presidente das 5.200 rádios comunitárias do Brasil e você é o nosso presidente né, como a gente poder participar desse processo?
Fernando Mauro: Bem, primeiro saudar ai Paulo Miranda, Beto Almeida, Gilberto Carvalho, César Oliveira e dizer o seguinte, Gilberto na realidade o que a gente sente falta é de uma política pública, para as TVs Comunitárias, porque a gente vê nos Estados Unidos, você tem uma política de financiamento para TV Comunitária lá, as TVs públicas na Europa são as mais fortes, você olha pra Itália quem manda lá é Rai né, e vai pra Inglaterra é BBC, vai pra Portugal é RTP, e por aí vai e eu acho que a hora que o Brasil começar a entender isso de fomentar uma política pública, ele vai em duas direções, uma é o financiamento e a gente já tem uma legislação aprovada que é a CFRP contribuição para o fomento da radiodifusão pública, que é uma legislação que foi aprovada na época do presidente Lula e que não foi regulamentada, então, acho que a gente pode pensar nessa questão que é o lado do financiamento, e depois a nossa ida para a onda aberta, porque a gente está no gueto da TV a cabo né, NET, VIVO e tudo mais, e essas operadoras elas estão acabando como operadoras de TV a cabo, estão virando operadoras de streaming, elas estão virando cada vez mais, daqui a pouco você não vai ter a televisão como a gente conhece hoje, vai existir a televisão, quer dizer, o equipamento, mas ele vai receber tudo por internet. Então, é importante a gente pensar, no fortalecimento do streaming para as TVs Comunitárias, para serem canais de carregamento, como o must care, canais tem que ser carregados, como a TV Câmara, TV Senado, TV Justiça, TV Universidade, TVs Comunitárias estão fora do streaming, então quer dizer, a operadora como a Claro, ela está mudando a caixinha dela da NET para Claro box e lá não tem a TV Comunitária de Brasília, aqui em Brasília, tô dizendo pra vocês aí em Brasília, não tem lá mais, não tem a TV Comunitária, não tem a TV Universitária da UnB, não tem a TV da Câmara Federal, não tem a TV Senado, não tem a TV Justiça e eu acho que isso é um crime de lesa a pátria, porque imagine você que se a gente vai para o México que é a origem da Claro e falar, vamos abrir aqui uma operadora e nós não vamos incluir a TV da Câmara de vocês, nem a TV Senado, nem a TV Justiça, nem a TV Comunitária, quer dizer, acho que os mexicanos não aceitariam isso, Carlos de Lima não aceitaria isso, porquê que nós brasileiros temos que aceitar? É até uma questão de uma política em que você tem a responsabilidade social da empresa, a empresa não é só pra gerar lucro, ela tem compromissos com o país, compromissos com a sociedade. Então, a gente gostaria muito de dialogar com o governo o nosso caminho para o streaming e o nosso caminho pra TV aberta e uma sustentabilidade através de uma lei, que nós não estamos pedindo, ela já foi aprovada, só precisa regulamentar e o pai dessa matéria, Gilberto Carvalho, é o Paulo Miranda que está aí com você, ele realmente entende tudo dessa matéria e eu só queria colocar esse assunto para o Brasil, nós estamos aqui através da TV Comunitária Nacional que atinge hoje cerca de 54 milhões de brasileiros através da SKY canal 28, da OI e das demais operadoras de satélite. Mas até quando né? Se a gente não tiver uma política pública forte, amanhã não vai ter mais TV por satélite e a gente vai ficar fora do processo de streaming e as TVs Comunitárias. TVs públicas vão desaparecer, acho que o Brasil não quer isso.
Gilberto Carvalho: Olha, eu acho muito importante e esclarecedor a tua fala Mauro, e eu já me comprometo aqui a fazer uma ponte imediata, se é que não existe ainda Paulo, com a equipe de transição, que está discutindo esse tema, e eu quero insistir, nós não vamos repetir, isso é um compromisso que eu sei que eu posso assumir em nome do presidente Lula, nós não vamos repetir esse erro, nós vamos ouvi-los, nós queremos dialogar e dar esse salto. Porque quando eu falo num governo pedagogo, não podemos pensar em restringir ao governo esse papel, a participação social ela se dá, o governo pode estimular, deve se abrir pra que ela ocorra, mas o sujeito da participação é a própria sociedade, são os próprios grupos que se organizam, que influenciam, que fazem suas pressões, então vamos abrir esse espaço e eu acho que vocês tem que ter portanto a ousadia de ir pra cima pra ocupar esse espaço e eu considero fundamental. Hoje vemos uma campanha eleitoral que demonstrou toda evidência, o papel das comunicações, eu digo, das múltiplas comunicações, se antes aquele programa da TV tal era o digamos assim, o agente principal de uma campanha, dessa vez nós vimos o papel das redes sociais, das mídias mais variadas. Então, seria um erro grave nós ignorarmos isso e não abrirmos esse espaço para a participação de vocês. Então, já estou assumindo esse compromisso e eu sei que eu só posso dizer isso porque eu já estive com o presidente Lula ainda hoje de manhã, eu dizia pra ela, presidente vou dar um exemplo pra você do que é um governo que tem interesse em se comunicar ou não né, contei pra vocês agora a pouco, qualquer pessoa nossa que vai ou numa agencia do INSS ou num banco público ou no SUAS ou no CRAS, em qualquer repartição pública, ele é recebido por uma pessoa que não é habilitada, um guardinha, que dá a ele uma senha, ele fica numa sala, tem lá uma televisão, onde é que tá sintonizada essa televisão, eu falei pra ele, o senhor sabe? É na Ana Maria Braga, é na Globo, é na TV Comercial, porque a gente não aproveitar esses momentos, isso é apenas um pequeno exemplo, mas uma campanha de vacinação, um processo de inscrição por exemplo no ProUni, sem informação, o que aconteceu no ProUni foi isso, nós não trabalhamos a cabeça desses jovens, não explicamos pra eles, não se trata de doutrinação, se trata de informação, direito que ele tem a informação, de saber o quê que é o ProUni, da onde vem aquele dinheiro, ele precisa saber que aquele dinheiro que a Universidade privada aonde ele estuda está deixando de contribuir, é um dinheiro que é pago pelo pai dele, pelo tio dele, pelo rapaz que está cuidando nesse momento da rua, qualquer pessoa que está pagando o seu imposto, então ele tem que saber que ele é um devedor comunitário, ele tem que saber que ele tá recebendo um bem que compete a ele de alguma forma devolver em forma de cidadania, em forma de solidariedade e assim por diante, não fazer isso e colocá-lo numa universidade dessas privadas, quê que vai acontecer, você forma uma pessoa individualista, uma pessoa que é da meritocracia e que é presa fácil do Bolsonarismo e desse neofascismo que tá aí, então é disso que se trata, vocês tem um papel, sem dúvida nenhuma fundamental a desempenhar junto com os veículos e etc e públicos.
Paulo Miranda: Eu acho muito boa essa sua proposta Gilberto, e queremos muito o seu apoio, porque a Gente teve uma chance, eu e o Jeremias, mas assim 10 minutos no máximo, a gente chegou lá e teve a chance de ser ouvido, sobre o que a gente queria, como colocar à disposição desse novo governo, um batalhão de 5.000 emissoras de 120 TVs mais uma por satélite, então nós queremos que a gente, porque a gente com certeza absoluta, pode gerar emprego e renda para 150 mil pessoas nessas nossas mídias, porque nós não queremos ser capengas pobres, eu conheço todo o Canadá TVs Comunitárias de lá, conheço as TVs Comunitárias algumas dos Estados Unidos e todas tem suas estruturas maravilhosas né, tem recurso e aqui a gente tem bilhões para a comunicação, mas aqui não chega nada né Beto Almeida.
Beto Almeida: Recursos do fust né que ele estava falando, é um fundo já existente, tem 6 bilhões de reais lá.
Paulo Miranda: É a contribuição para a comunicação pública, mas ele tá investido lá e a gente não consegue fazer a comunicação que gostaríamos. E você né Cesinha que é economista, diretor aqui dessa TV também, você sabe a nossa imensa dificuldade né, até hoje a gente não botou iluminação lá no estúdio na frente que é novo, usamos luz de jardim porque não tem recurso pra comprar iluminação, é um negócio assim que a gente faz comunicação comunitária nesse país na marra né, não com um política de estado, que aí se a gente tiver um a mídia comunitária alternativa nacional é diferente né Gilberto, né Cezinha.
Cesar Fonseca: Você sabe que eu vejo assim Gilberto, a questão como se fosse o lance da reforma agrária para o desenvolvimento do capitalismo, a gente sabe historicamente você precisa do maior número de propriedades pra ter uma classe média né, forte, e com pensamento nacionalista, mudando esse panorama pra área de comunicação, eu vejo a TV Comunitária como se eu tivesse acesso a um lote, para você fazer uma comunicação comunitária em 27 estados que pode ser trabalhada por um comando político, sobretudo político, porque na última declaração que eu ouvi do Lula lá no CCBB, o interesse dele é “a gente eu preciso dessa voz para comunicar” e essa comunicação ela é multifacetada como é a proposta do novo mundo aí, nós podemos ter uma comunicação Gilberto, em que a gente tenha influencia internacional, com o Lula chegando aí com esse prestígio todo dele, etc. e tal. Mas eu te perguntaria o seguinte, como que você imagina um esboço geral de uma política de comunicação, sendo que hoje é a coisa mais revolucionária é a internet mesmo. Todo mundo nos ônibus, metrô, nas bicicletas, andando pra lá, pra cá, na padaria, a dona de casa e pápápá, quer dizer, essa comunicação ela tem que ser orientada, pra ter uma linguagem adequada ao espirito Lulista que está entrando aí pra distribuir a renda, pra melhorar o padrão de vida da população e fugir desse genocídio que a gente, não sei como o país não morreu. Mas então a comunicação Gilberto, nessa linha aí, eu te desejo o maior sucesso, mas ela vai precisar de uma integração efetiva das forças viva. Porque eu tô vendo o CCBB, ali Gilberto, estão todas as informações do país, todas, retirado do TCU, tribunal de contas da união, a turma que tá lá é só fera, gente fera né, e igual eles tem outros mas essa turma, e é de esquerda, ela está preocupada com um projeto nacional, então essa movimentação desses 31 grupos com quase 600 pessoas trabalhando, formando grupos, subgrupos, formando toda uma estratégia, eu acho que ali tá a organização do governo Lula, que é com o de melhor do país, que precisa ser e continuar com o trabalho que ela tá fazendo agora, porque aqui é uma preta, depois é a execução e essa turma tem que estar dialeticamente integrada nesse processo ai, por uma nova sociedade, que é o que eu vejo. Então a comunicação ela tem que ser essencialmente de interesse público, de interesse público. Olha o interesse público com a globo que fica com a concessão de um canal pra explorar rádio, televisão, mais não seio o que, mais não sei o que, fazendo um oligopólio da comunicação, que sufoca como você mesmo está mostrando aí, nos programas da Ana Maria Braga, que tá nos escritórios, no SUS, fazendo o SUS, é o melhor lugar do mundo pra fazer uma coisa dessa. E aí a televisão domina ideologicamente a sociedade, e é a nova escravidão mental.
Gilberto Carvalho: Cesar, o Lula no famoso discurso da vitória na avenida paulista, que aliás me impressionou muito viu Beto e Paulo, pela presença de jovens, ali na paulista acho que 95% das pessoas, como em quase todos os atos da campanha eram juventude, eram jovens, era juventude, e eu faço aqui um parênteses, o que nos alegra profundamente, muito, porque é uma juventude que se interessa, que se engaja, mas ao mesmo tempo preocupa, porque quando acabou o ato, eu vi aquelas massas de jovens indo embora, e eu ficava pensando, meu Deus do céu, será que nós vamos permitir que esses jovens voltem pra casa simplesmente, ou vamos encontrar formas, jeito, de essa gente ser como uma torrente que faz uma turbina girar com uma energia.
Cesar Fonseca: Coletiva.
Gilberto Carvalho: E são jovens, que não se encaixam, nos escaninhos e nos quadros que nós estabelecemos mesmo para a militância. São jovens que dificilmente se engajam, num partido desses nossos e em alguns movimentos sim e outros não, os movimentos mais tradicionais é mais difícil, são jovens irreverentes, tanto que a palavra que eles gritavam descendo a rua Augusta, a Rua Augusta é um reduto gay, eu estava tomando uma cerveja com a minha filha, minha sobrinha e meu sobrinho e via que estava passando na rua, e estava gritando uma palavra, pode falar palavrão aqui?
Beto Almeida: Pode, pode.
Gilberto Carvalho: Era assim, ô Bolsonaro vai tomar milícia, porque tomar no cu é uma delícia. Então esses jovens, que tem uma cabeça muito diferente da minha de cabelo branco aqui, entendeu? E do meu jeito, que nós precisamos impulsionar e abrir espaço generosamente pra que eles venham ocupar. Hoje tive uma conversa com meu querido presidente Lula, onde eu falei pra ele, ele me perguntou, “Gilbertinho, você vai fazer o quê no governo, o que você acha?” e eu falei, Lulinha, eu já tô escalado, eu vou trabalhar na escola de formação do partido e vou encher teu saco com o negócio da participação social e da comunicação. Porquê? Porque eu com 71 anos, tendo passado já 12 anos no palácio, já cumpriu um papel e tá na hora de eu ajudar a preparar uma nova geração. Eu tô fazendo esse parênteses, para voltar agora ao fato que eu estava narrando, que quando o Lula fala, ele diz: “Eu voltei para fazer mais e melhor” como você lembrou.
Beto Almeida: Exatamente.
Gilberto Carvalho: “E eu vou governar, para o povo, pelo povo, com o povo”. O busílis da história, tá nisso, o quê que é essa “com o povo”? Nós tivemos um governo, governos, que tiveram um grau de participação social, quem tiver dúvida é só olhar a história antes e a história depois que foi pior ainda, a existência, a ocorrência de 113 conferencias populares no município, no estado, no plano federal. Os conselhos, o funcionamento dos conselhos, o estímulos que nós demos ao funcionamento dos conselhos, revivendo, dando nova vida a conselhos como o da saúde, o da educação, da criança e adolescente, do meio ambiente e assim por diante, tudo isso foi importante. As audiências públicas que nós fizemos, o tempo todo dialogando com os movimentos sociais, que vinham aqui a Brasília reivindicar, a ordem que o Lula nos deu de que a porta daquele palácio tinha que ficar aberta, e ninguém que vinha ali era enxotado ou era recebido com grosseria, a gente tinha uma equipe especial para acolher. Nós fizemos, só que.
Beto Almeida: Até os cachorros, eram recebidos com humanizo.
Gilberto Carvalho: Exatamente.
Beto Almeida: Guias de cegos.
Gilberto Carvalho: Guias de cegos e assim por diante. Então, as cenas comoventes, o dia que eu escrever um livro, eu vou me lembrar de cenas comoventes que nós vemos naquele palácio, por conta desse espírito, tudo isso foi importante, mas não foi suficiente, porque todas essas atividades atingiram uma pequena elite consciente da sociedade, que está engajada nos movimentos mais diversos, mas é uma elite. O povão lascado da periferia, não foi atingido por nós.
Beto Almeida: Não foi, não foi.
Gilberto Carvalho: A esquerda Cesinha, é duro dizer isso, mas tem que reconhecer, ela começou a praticar um cacoete, até um cacoete de achar que a via institucional é a via para mudança única no país, fomos dedicando progressivamente aos mandatos nas câmaras municipais, prefeituras, governo, e até governo federal, meritoriamente, eu não tiro o mérito disso não, porque você tem que cumprir bem isso, mas nós fomos nos afastando da periferia, para o nosso azar Beto e Paulo, aliados importantes nossos, que eram geradores também e realizadores desse trabalho, também se fragilizaram, movimento sindical, que com essa nova revolução industrial perdeu um pouco a sua, vai custar a reencontrar, é natural isso.
Beto Almeida: É verdade, a destruição da CLT também né, enfraqueceu isso.
Gilberto Carvalho: As igrejas progressistas, que sofreram um duro golpe, quando houve aquele perverso acordo do Vaticano sobre João Paulo II, que determinou a partir do relatório Rockfeller a perseguição a teologia da libertação que aos olhos dos americanos, eram fator de desestabilização do capitalismo da América Latina e venderam ao papa como se fosse o perigo comunista, ali se desmontou uma ação de uma fertilidade incrível em toda a américa latina que ajudava a levedar a massa, ajudava, despertava a consciência através da fé para a luta, no lugar disso o que é que veio, eles implantam bem dos Estados Unidos essas novas seitas neopentecostais que ocuparam a periferia que foi deixada pela igreja católica e pela esquerda.
Beto Almeida: É verdade.
Gilberto Carvalho: Eu me recuso, faço exercício mental, para não ter preconceito contra evangélicos, que é um erro, nós não podemos ter preconceito, nem combater, nós temos que buscar alianças. Porque há muito pastor na periferia que é a única pessoa que está ali cuidando daquele povo, que recebe as pessoas, que acolhe, que dá nome, que tem uma solidariedade e tal. Claro que os grandes, que infelizmente se tornaram fisiológicos, se prestaram a essa vergonha que foi a comercialização da fé, aí nós temos que de fato oferecer um combate e denunciar a traição que eles fazem da fé. Mas a grande massa não, pois bem, esse conjunto de situação, criou um muro entre nós e povo mais lascado, então é aquela situação que você vai aqui na periferia do entorno de Brasília, do Brasil todo, você vê a pessoa passando fome, tendo dificuldade, desesperada, mas votando no Bolsonaro, porque o Lula é ladrão, porque vai ter mamadeira de piroca, porque vai fechar as igrejas, então meu velho, se o que eu disse no começo, de que nós não podemos repetir erros e se não mudarmos a atitude a gente cai de novo, agora é mais grave, porque agora tem primeiro uma direita facista militante, deixa eu dizer uma coisa pra vocês pessoal, eu não rio daquele rapaz que andou 6km agarrado naquele caminhão, nem rio da água que inunda os acampamentos deles aí não, sabe porquê? Porque eles estão consolidando uma mística de luta de direita que vai dar força para eles, e essa gente vai estar durante os quatro anos fazendo combate deles, então nós temos que disputar na sociedade com essa gente, é por isso que eu digo, é um governo que vai ter que ir pra disputa, porque agora mesmo se você for no Meliá, onde o presidente Lula está hospedado, um grande grupo de 100 índios em torno, gritando Lula ladrão, índios, comprados por eles. Então, acabou o descanso, então nós, não tem vitória e ir pra casa não, nós vamos ter que fazer uma, além de governar, nós vamos ter que dar o combate no plano político ideológico, isso eu quero dizer, é que você tem toda razão, aí é uma luta que vai ter que juntar as iniciativas governamentais públicas com as iniciativas da sociedade comunitárias e fazer um grande mutirão de organização, de comunicação de conscientização, para que a gente de fato reconstrua um projeto que dure, se não fizermos isso, nós não duraremos sequer os 12 anos, os 14 anos que nós duramos da outra vez, eu tô fazendo essa fala meio dura, mas é um tempo com muita esperança, eu digo pra vocês, com muita esperança, eu tenho por vocês duas coisas, um respeito e uma tristeza, porque eu sei o quanto vocês lutaram, o quanto esse teimoso aqui, esse Beto, você Paulo, vocês lutaram para que houvesse espaço para a TV, para as iniciativas comunitárias, quando eu me lembro das rádios comunitárias que foram fechadas no nosso governo, eu tenho vontade de saltar do 10° andar de um prédio, quando eu vejo o que nós deixamos de fazer, podíamos fazer nesse sentido, dói a alma, agora essa dor, pra mim é um combustível, uma energia pra gente dizer, vai ser diferente. Então o que eu posso dizer é o seguinte, ocupe o espaço, venham com tudo, pressione e do lado de cá vai ter gente que vai abrir, esse espaço será aberto Paulo, eu te asseguro.
Paulo Miranda: Vamos lá, porque foram nomeados para aquelas duas comissões técnicas de comunicação mas nós mais uma vez continuamos descriminados, a gente espera, a gente não é de sentar no meio fio e chorar, aqui na TV não existe isso, nosso lema aqui não é Beto é que nem o Chacrinha, quem não comunica se trumbica.
Beto Almeida: Não temos tempo pra chorar, só pra lutar.
Paulo Miranda: Quem não comunica se trumbica, Fernando Mauro qual seu recadinho final pra gente já partir pro encerramento, porque uma hora passa muito rápido na TV.
Fernando Mauro; É verdade, eu queria agradecer aí né ao Beto Almeida, ao Cesar, Paulo por ter organizado esse importante debate com a sociedade, com o Gilberto Carvalho. Acho importante realmente que o governo olhe para a comunicação como um direito, direito humano, o sujeito tem direito à moradia, tem direito a alimentação, tem direito a saúde, tem direito a educação e pouco se fala do direito a comunicação e esse direito a comunicação faz parte dos direitos da humanidade, dos direitos humanos e o governo mais sensível a isso, eu tenho certeza vai encontrar guarida nas TVs comunitárias que vão poder fazer esse papel, de passar a informação de verdade, não passar fake news, mas passar aquilo que realmente está acontecendo, e pra isso precisa de uma política pública pro fortalecimento do setor público da comunicação brasileira. Obrigado pelo debate Gilberto Carvalho.
Paulo Miranda: Eu vou passar a palavra também, dois minutinhos para o Gilberto Carvalho bem ai, nosso amigo, uns cinco minutos para ele falar para encerrar, dois minutinhos Cesar Fonseca.
Cesar Fonseca: Olha Gilberto, a TV Comunitária, não precisa repetir, ela tem um papel histórico muito grande a cumprir, que eu acho que a geração de emprego e desenvolvimento regional e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, porque isso vai fazer com que as comunidades, que hoje estão totalmente envolvidas pelo mundo da tecnologia e das redes sociais, o potencial de criatividade que as comunicações liberadas proporcionarão a essa nova juventude vai ser uma bomba de coisa fantástica, então o governo que tem a missão de criar uma nova dialética no processo de comunicação e desenvolvimento, ele tem que estar sintonizado totalmente com essa demanda popular, para que se some tudo, no processo de participação popular, nacionalismo e avanço democrático, eu acho.
Paulo Miranda: Gilberto, eu passo a palavra depois para poder ficar com mais tempo, deixo três minutos pro Beto.
Beto Almeida: Eu quero aproveitar a presença do Gilberto aqui, que é uma honra muito grande pra nós, já veio aqui na TV outras vezes, eu quero fazer um juramento. Nós não guardamos mágoa, de jeito nenhum, nós temos é ânimo redobrado para lutar muito mais e eu me lembro que quando eu voltei do Timor Leste, quando o presidente Lula foi ao Timor Leste, nós fomos, levamos uma rádio do comitê de solidariedade do Timor Leste, doamos ao presidente Xanana Gusmão, o presidente Xanana nos chamou, e disse: “Presidente Lula, esse daqui já está há 18 anos nessa luta do Timor Leste”, solidariedade ao Timor Leste, aí o Lula chegou pra mim, me chamou num canto, eu nunca contei isso em público assim não, chamou num canto e disse assim “eu tenho uma dívida com as rádios comunitárias e quero pagá-la antes de sair do governo”, isso foi no dia 11 de Julho de 2009, eu lembro porque era o dia do aniversário da minha filha mais velha, e aí eu falei, presidente conte com a gente, e ele falou “Eu quero contar com vocês, vocês me ajudem a pagar essa dívida, chegando lá, procure o Gilbertinho“, foi ai que eu te conheci pessoalmente, por uma orientação do presidente Lula. Então agora você aqui, a gente discutindo comunicação, é o continuar do fio da história, e nós queremos fazer esse juramento Gilberto, que nós estaremos sempre, sem dormir ou mesmo dormindo com um olho aberto porque a situação é muito perigosa, que nós estamos vivendo, para fazer a comunicação. A Cristina Kirchner diz “É um absurdo chamar o Lula ladrão”, a Cristina Kirchner, então quer dizer, nós vamos ter que enfrentar a partir do dia primeiro, uma massa de milhões chamando Lula ladrão e nós vamos ter que fazer o debate com a argumentação no plano simbólico, no plano das ideias, a batalha das ideias como já dizia Che Guevara, batalha das ideias, o quê que é a proposta do Lula, e conversar porque sabemos que boa parte dessa gente nós conseguimos persuadir para uma luta superior, que é a luta do presidente Lula, que é a luta do PT, a luta dos movimentos sociais. Então esse é o juramento, nós vamos seguir junto com você, mobilizando na base, expandindo o sentido de missão pública, dos meios de comunicação, da comunicação comunitária, universitária, sindical, nós queremos por exemplo transformar, propomos, transformar a TVT numa TV nacional, com uma cooperativa de sócios, se o Lula convocar, forma-se uma cooperativa de vinte mil sócios, rapidinho, rapidinho, Lula é um homem internacional, fala com o mundo inteiro, se ele convocar, formamos uma TV com os equipamentos no Brasil inteiro, com jornalistas, com verba para poder fazer um jornalismo a favor da vida, da integração, da humanidade, de um Brasil que seja parte da construção de um mundo justo. Aquele que a história humana indica pra nós, uma sociedade sem brutalidade, sem opressão, de nenhuma forma, é um juramento.
Paulo Miranda: Estamos firmes, 25 anos e mesmo cheio de jovens no Brasil, hoje nós elegemos a nova direção da TV e a Rosilene Corrêa Vice-presidente nossa, teve mais de 350 mil votos em Brasília e são 6 diretores e mais 20 conselheiros, no conselho consultivo, mais 6 no conselho fiscal, mais 12 no conselho editorial, isso mostra a força dessa TV, então não tem só o Paulo Mirando, o Beto Almeida, o Cesinha, tem um batalhão de gente aqui dentro, nessa batalha da comunicação, viu Gilberto, então pra você encerrar, eu deixo cinco minutinhos como eu prometi.
Gilberto Carvalho: Paulo eu quero mais uma vez agradecer essa oportunidade, quero aproveitar também pra fazer um convite, nós precisamos de muita gente na posse do presidente Lula, a Janja está coordenando a posse, que vai ter uma festa popular junto com a posse, nós queremos fazer da posse já uma antevisão do que será o governo, no sentido da alegria, ela tem dito isso né, a posse da alegria, a alegria vai tomar posse, como uma festa popular que vai se estender durante todo o dia primeiro, com shows primeiro ao longo do dia, artistas populares aqui da região e a partir das 6 da tarde, assim que terminar a posse, um show barra pesada, maravilhoso, com artistas que todos gratuitamente, grandes nomes da arte brasileira estarão presentes e também a simbologia que vai ser usada, durante a posse, vocês vão perceber isso, ela vai dizer respeito a isso, a um governo de participação, o povo tomando posse junto com o presidente Lula, então isso é um dos convites. E o outro, no dia 12, nós teremos a diplomação do presidente, lá no TSE, você sabe que dia 12 de alguma forma se sepulta alguma expectativa dos bolsonaristas, que tá achando que o Lula não vai, porque depois de diplomado acabou, a posse só formaliza aquilo que a diplomação já vai reconhecer, então nós precisamos de gente lá também a partir das 13h30 no TSE, ai é um convite mais para a gente de Brasília, porque o pessoal vir de fora é mais difícil. Nós estaremos lá para celebrar esse momento e de alguma forma impedir que os caras venham fazer palhaçada lá no TSE, nós precisamos ter gente lá, esses dois convites. E o terceiro, assim como você fez um juramento, eu quero aqui refazer, Beto, Paulo, Cesar, Mauro, um compromisso e a todos vocês, um compromisso público de que nós vamos batalhar, nós vamos da minha parte também, eu sei que eu posso falar em nome do presidente Lula e da Gleisi, nós vamos fazer um trabalho diferente de permitir que vocês ocupem esse espaço, estimular as comunicações comunitárias, a comunicação da cidade civil, assim como todas as formas de organização de educação popular que brotem da sociedade e ajudem de fato, governo e sociedade, construir um novo padrão de vida, novo padrão de relacionamento, então amanhã mesmo Paulo, quero que você me cobre, eu vou discutir lá na transição, nós vamos reabrir esses espaços e assim que tomar posse um novo ministro, os novos ministros das comunicações e da SECON, pelo jeito volta, pelo que está sendo desenhado para a presidência, então essas duas instâncias importantes nesse caso, eu me comprometo a ser uma espécie de pressionador, de abridor de espaço, e eu faço não é pra fazer média com ninguém não, é pela convicção que eu tenho de que a comunicação é essencial para a democracia, essa campanha, se faltasse alguma prova, essa campanha agora demonstrou, de maneira sobeja, é importância. Então, é juntos, então estamos aí no processo. No mais quero desejar um natal de paz e 23 com muita felicidade, com muita luta, povo brasileiro, a todos vocês.
Paulo Miranda: Agradeço muito Gilberto Carvalho, sua honrosa presença aqui pra nós, inaugurando o Notícias do Brasil, né Beto Almeida, no primeiro programa já começou pesado, com uma presença, com uma pessoa da maior importância.
Gilberto Carvalho: Ah é o primeiro é?
Paulo Miranda: É o primeiro, inaugurou, não tem nem vinheta ainda, não tem nem a logomarca, mas a gente já colocou no ar assim mesmo.
Cesar Fonseca: Agradecimento, histórico, pra nós.
Paulo Miranda: Pra nós, um marco, número 1, é igual o primeiro ao vivo dessa TV Comunitária foi com o João Pedro, começou com peso.
Beto Almeida: É verdade, é verdade, 25 anos atrás.
Paulo Miranda: Então galera, você que nos assistiu no Youtube, no Facebook, no Instagram, no site, seja lá em qual plataforma for, nós estamos ocupando todos os espaços e queremos ocupar cada vez mais, com mais capacidade tecnológica sempre claro, e é tudo que a nossa luta é pela comunicação, nós amamos a comunicação a final de contas. Agradeço Fernando Mauro, agradeço Cesar Fonseca, agradeço Beto Almeida, também ao Paulo Moreira aqui na técnica, aqui em Brasília, ao Neto na técnica lá em São Paulo, que sem essa galera a gente não faz a nossa comunicação e você no satélite ou no cabo aqui em Brasília um grande abraço e obrigada pela audiência, até o próximo Notícias do Brasil, e eu tenho que ficar raciocinando pra não falar Brasília Notícias. Tchau, tchau galera.