Ele defendeu o diálogo nacional, a democracia direta e rechaçou as privatizações do patrimônio do povo da Venezuela. E denunciou a direita golpista financiada pelos Estados Unidos.                      

O comício gigantesco, denominado Tomada de Caracas, ocupou totalmente a Avenida Bolívar e as principais avenidas e ruas próximas do centro da capital Caracas, que ontem comemorou seus 456 anos de fundação.

As marchas começaram a chegar ao local do comício a partir do meio-dia. Nem todas as colunas conseguiram entrar na Avenida Bolívar, abarrotada de gente.

Maduro fez um discurso emocionado e propositivo, começando por uma homenagem a Hugo Chávez, com o sistema de som ecoando palavras e o canto do ex-presidente, interpretando o Hino Nacional.

Maduro defendeu a democracia direta e participativa, assegurou que vai continuar democratizando o crédito, que, a seu ver, foi dos principais responsáveis pela recuperação econômica da Venezuela que, segundo a CEPAL, é o país que mais cresce na região, com 4% ao ano.

Maduro rechaçou as políticas neoliberais de privatização defendidas pela oposição, denunciou os vínculos da oligarquia e do imperialismo com as tentativas de golpe e com as sanções que foram impostas ao país.

Denunciou também que a principal candidatura de oposição pediu que os EUA invadissem militarmente a Venezuela.

Em um prédio atrás do palanque se podia ler grandes cartazes denunciando que uma das sanções proibindo à Venezuela comercializar seu petróleo, foi pedida pela própria oposição, danificando enormemente o país, que, apesar de tudo, se recuperou.

Maduro comprometeu-se a ampliar investimentos na educação e saúde públicas, e sobretudo mais créditos para a expansão da produção do programa de habitação popular, que já entregou 5 milhões e 100 mil moradias.

Lembrando que as sanções também afetaram os empresários do país, o presidente e candidato anunciou que no dia seguinte à eleição vai convocar um Diálogo Nacional como foco na Economia, na Cultura e Política, visando uma Unidade Nacional.

Com a inflação controlada em 1%, com o PIB crescendo aciona de 4%, com a moeda bolívar ampliando sua circulação na economia e com estabilização do preço do dólar, Maduro destaca que seu programa de governo foi debatido em assembleias populares, com a participação direta das comunidades, com a realização de mais de 10 mil consultas populares, o que assegura uma democracia participativa na construção de um modelo de justiça social visando o Socialismo do Século XXI.

Ao final do comício, os mais de mil observadores internacionais, de mais de 100 países, da Eleição Presidencial 2024, passaram ao lado de um gigantesco edifício, no centro de Caracas, onde está instalada a Escola Latinoamericana de Medicina Salvador Allende, na qual mais de 100 jovens palestinos estudam gratuitamente, acompanhados de jovens pobres de vários países de África e América Latina, inclusive alguns jovens sem terra do Brasil. Gratuitamente!

Mesmo sob duras sanções impostas pelos governos de Obama, Trump e Biden, a Revolução Bolivariana não deixou de praticar sua solidariedade com outros povos, formando médicos. Gratuitamente nas Universidades Federais Bolivarianas.

É a continuidade deste modelo de justiça social bolivariano que estará sendo decidida pelo voto popular neste domingo. Nicolas Maduro, continuando as ideias de Hugo Chávez, já tem o direito histórico de ser reeleito. Enquanto que oposição de direita, submetida aos interesses dos Estados Unidos, quer colocar no Palácio de Miraflores, um Exterminador do Futuro do tipo Milei, razão pela qual mente, manipula, e ameaça com sanções e golpismo, a um país que, em 25 anos de Bolivarianismo, assegurou todas suas conquistas sociais – entre elas a erradicação do analfabetismo – com base no voto e na democracia participativa.

Mais uma vez o povo venezuelano é chamado a decidir pelo voto, por meio de um sistema eleitoral que é considerado pela Fundação Jimmy Cárter, como o mais transparente e democrático do mundo. 

Beto Almeida é jornalista, diretor da TV Comunitária de Brasília e da TeleSur

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