Militante retornava do Líbano, onde prestou solidariedade do povo brasileiro ao país e foi levado pela PF para prestar esclarecimentos. Porém, a mesma polícia ignorou retorno dos governadores de Goiás e de São Paulo que foram visitar o assassino fugitivo Netanyahu.

Renato Rodrigues – sábado, 23 de novembro de 2024

O militante internacionalista Thiago Ávila foi detido pela Polícia Federal na manhã deste sábado (23). Um dos principais opositores ao genocídio étnico perpetrado por Benjamin Netanyahu contra o povo palestino e libanês, Thiago regressava de uma viagem ao Líbano e foi detido sem maiores explicações para prestar depoimentos sobre sua viagem.

Nesta semana, o Tribunal de Haia (Tribunal Penal Internacional) emitiu uma ordem de prisão contra o primeiro-ministro israelense em razão do genocídio que já matou mais de 50 mil pessoas em um ano.

“A Câmara emitiu mandados de prisão contra dois indivíduos, o Sr. Benjamin Netanyahu e o Sr. Yoav Gallant, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos desde, pelo menos, 8 de outubro de 2023 até, pelo menos, 20 de maio de 2024, data em que a Procuradoria apresentou os pedidos de mandados de prisão”, afirma um comunicado à imprensa no site do TPI.

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Em março deste ano, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) visitaram oficialmente Jerusalém e se reuniram com Netanyahu e Isaac Herzog, presidente israelense.

Lá, com o típico viralatismo bolsonarista que constrói esta Israel à imagem e semelhança daquela descrita na Bíblia, fez com que Caiado e Tarcísio, dois aspones de primeira ordem de Jair Bolsonaro, pedissem “desculpas oficiais” por todos os brasileiros à Israel.

Isto posto porque, um dia antes, em entrevista que encerra a participação do presidente Lula à Etiópia, o mandatário afirmou que o que Israel pratica se assemelhava ao Holocausto.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse ele.

Tidos como “grandes amigos de Israel”, de Freitas e Caiado não precisaram prestar nenhum depoimento à Polícia Federal durante o retorno ao Brasil.

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