O evento, que acontece nos dias 29 e 30 de novembro, no auditório do
Edifício Petrobras, reunirá artistas, educadores, pesquisadores e
representantes governamentais para discutir a formação, profissionalização e
economia criativa, além de fortalecer o papel do Hip-Hop como uma ferramenta
essencial na construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Nos próximos dias, Brasília será palco de um
evento que promete mexer com o cenário do movimento Hip-Hop, é o *I Seminário
Internacional Construção Nacional da Cultura Hip-Hop* que acontecerá nos dias
29 e 30 de novembro, das 9h30 às 18h30, no auditório do Edifício
Petrobras, na Asa Norte.
Realizado pelo Ministério da Cultura (MinC), por
meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural; do movimento Construção
Nacional da Cultura Hip-Hop e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
com patrocínio dos Correios, o I Seminário Internacional Construção Nacional da
Cultura Hip-Hop conta com o apoio do Ministério da Igualdade Racial, da
Secretaria de Relações Institucionais, da Fundação Nacional de Artes (Funarte),
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Fundação
Cultural Palmares e da Petrobras, e surge como um espaço privilegiado para
debater a centralidade desse movimento no cenário brasileiro e seu papel
crucial na construção de identidades culturais.
Durante dois dias, o evento – que
faz parte do calendário da Campanha Cultura Negra Vive, em alusão ao mês da
Consciência Negra (20), e da celebração do Dia Mundial do Hip-Hop (12) –
reunirá artistas, educadores, pesquisadores e representantes governamentais
para discutir a formação, profissionalização e economia criativa, além da
importância das casas de Hip-Hop, batalhas de rimas e slam, rodas culturais e
coletivos como cultura de base comunitária.
A programação também envolverá a escuta de
representantes de todas as regiões do país e debates sobre diversos temas,
entre eles o papel da cultura Hip-Hop nas periferias e a sua importância como
patrimônio cultural imaterial. Durante os encontros, os participantes poderão
refletir sobre a relação dessa cultura com políticas do MinC (Ministério da
Cultura), como a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) e
Política Nacional Cultura Viva (PNCV).
A intenção dos organizadores do evento é
desenvolver políticas públicas culturais inclusivas e participativas, para
fortalecer o papel do Hip-Hop como uma ferramenta essencial na construção de
uma sociedade mais justa e equitativa.
*O movimento Hip-Hop-* O Hip Hop é um movimento
urbano cultural que surgiu nos Estados Unidos nos anos 1970, no Bronx de Nova
York, resultado dos confrontos e trocas culturais entre negros
norte-americanos, jamaicanos e porto-riquenhos. Surgindo como palco político,
anterracista e busca por meio da arte transformar realidades sociais. Seus
elementos fundamentais são MCs ( música e poesia/rimas), DJs ( música),
breakdance (dança) e grafite (artes visuais).
Segundo o Doutor em Sociologia ( CEFET- RJ), o
Prof. Henrique Restier, “o Hip Hop é transnacional, uma expressão cultural
dos Homens Negros norte americanos que se expandiu mundialmente incorporando
personagens e elementos culturais de diversos territórios. Ainda que
agregando muitos outros assuntos, o componente de denúncia da violência e das
péssimas condições sociais que recaem sobre as populações marginalizadas no
mundo é central. E no Brasil não poderia ser diferente com seus intensos
contrastes sociais”.
“O I Seminário Internacional Construção Nacional
da Cultura Hip Hop tem o potencial para fazer um diálogo intercultural de
grandes proporções, apontando caminhos estéticos e políticos para estes
grupos”, diz. “Espero contribuir com reflexões sobre a situação social e
econômica dos Homens Pretos e Pardos brasileiros, sobretudo em suas interseções
com o direito à vida, tema corriqueiro nas letras do rap. Além disso, espero
que sejam formuladas propostas concretas de intervenção que procurem oferecer
para os jovens pretos, pardos, indígenas e pobres em geral, estreitamento de
laços para com a comunidade internacional de Hip Hop, maiores e melhores
oportunidades de vida e visões de propósito”, completa Restier.
*Ferramenta de expressão e transformação
social-* Desde sua origem, o Hip-Hop tem sido uma poderosa ferramenta de
expressão para as comunidades marginalizadas, em especial a juventude negra.
Suas letras, ritmos e a própria cultura do movimento funcionam como um espelho
da realidade vivida nessas comunidades, denunciando as desigualdades sociais, o
racismo estrutural e a violência que acometem, em particular, com os
jovens negros.
*A denúncia do genocídio da juventude
negra-* Nos últimos anos, o movimento Hip-Hop tem desempenhado um papel crucial
na denúncia do fenômeno que foi denominado de “genocídio da juventude
negra”. Através de suas músicas, os artistas retratam a violência
policial, o encarceramento em massa, a falta de oportunidades e a desumanização
que acometem os jovens negros, sobretudo os homens. Os artistas usam sua voz
para dar visibilidade às histórias dessas jovens vidas que são ceifadas
diariamente, denunciam a omissão do Estado e a violência
institucionalizada.
Avanços e desafios – O Ministério da Cultura,
por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, tem realizado
iniciativas de grande relevância social, reconhecendo e valorizando o Hip-Hop
como uma expressão cultural transformadora. Essa manifestação cultural se
consolidou como uma ferramenta fundamental para a articulação de espaços de
contestação e afirmação das vozes historicamente marginalizadas.
Segundo Cláudia Maciel, da Coordenação da
Construção Nacional do Hip-Hop, desafios existem, mas há avanços recentes
que precisam ser destacados, como a criação do *Edital Cultura Viva de
Premiação – Construção Nacional da Cultura Hip-Hop, além da publicação do
Decreto nº 11.784*, assinado pelo presidente Lula ano passado.
“Esse decreto consolida o Hip-Hop como uma
legítima expressão da identidade brasileira e um instrumento de transformação
social, fortalecendo seu papel na luta por justiça racial e equidade social”,
diz. “Além disso, é preciso ressaltar a importância do inventário participativo
realizado em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), que inaugura o caminho para o reconhecimento do Hip-Hop como
*Patrimônio Cultural Imaterial*, reafirmando a importância de preservar suas
tradições e garantir sua continuidade como uma força motriz nas comunidades
periféricas”, completa Maciel.
*Serviço:*
*I Seminário Internacional Construção Nacional
Hip-Hop*
*Data:* 29 e 30 de novembro
*Horário:* das 9h30 às 18h30
*Local:* Auditório do Edifício Petrobras – SAUN
Q 1 BL D – Asa Norte, Brasília – DF
*Assessoria de Imprensa:* Ísis Dantas
*Contato:* (61) 98115-9068