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Ativista negra Maria das Graça Santos conta sua trajetória de vida na tela do Quilombo de Wal

Por Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista

 

O programa ao vivo Quilombo de Wal, transmitido na segunda-feira (14/04) e apresentado por Waleska Barbosa, recebeu Graça Santos para falar sobre a primeira entidade negra do DF: o Centro de Estudos Afro-Brasileiros (CEAB), do qual ela fez parte da fundação. Já em 1998, junto a um grupo de amigas, criou a seção do Distrito Federal do Movimento Negro Unificado (MNU).

 

Cidadã Honorária de Brasília, Maria das Graça Santos nasceu no Piauí e veio para o Distrito Federal no início dos anos 70. Na sequência, passou em um concurso público como bancária e iniciou o curso de Psicologia na Universidade de Brasília. Em 1975, começou seu ativismo por meio do Projeto Rondon, ajudando no movimento social de resistência dos moradores do Paranoá. Em 1976, deu início à sua militância no movimento negro.

 

De acordo com a empresária e ativista Graça Santos, seu início nos movimentos sociais de Brasília ocorreu antes de sua formação. “Estou falando de um momento de ditadura na capital federal e em uma universidade pública que tinha um movimento estudantil muito forte, mas eu não participava porque trabalhava. Não vivenciei isso, e além desses movimentos sociais, também tive contato com o debate racial no Brasil”, compartilha.

 

Durante a ditadura, Graça Santos atuou no ativismo de rua. Já na redemocratização, fez parte da entrega do documento final da Convenção Nacional do Negro e da Constituinte aos Constituintes de 1987. Em 1992, inaugurou o primeiro salão afro de Brasília, que hoje conta com 33 anos de existência. “Estou trabalhando no Conjunto Nacional há 11 anos, no 3º andar, sala 3086, e sou também aquela empreendedora de feiras afros”, enfatiza.

 

Graça Santos afirma que os salões afros, por exemplo, são reconhecidos hoje como espaços políticos, onde as pessoas podem se ver e trabalhar a autoestima, não apenas o cabelo. “É um conjunto de coisas, e hoje fico muito orgulhosa por termos vários salões afros. Vejo que precisamos de mais”, reforça.

 

Em 1988, Santos participou do I Encontro de Mulheres Negras, realizado em Valença, no Rio de Janeiro. Em 2015, esteve envolvida na construção da Marcha das Mulheres Negras e, em 2018, atuou no Encontro Nacional de Mulheres Negras, comemorando os 30 anos do primeiro encontro. Atualmente, ela participa da organização da II Marcha de Mulheres Negras, que ocorrerá em Brasília no dia 25 de novembro.

 

A convidada da edição, Graça Santos, relata que durante o período da ditadura, não se conversava sobre racismo, nem em sua família nem na sociedade brasileira. “Não havia entendimento sobre isso naquele tempo. O racismo era uma questão proibida de ser discutida. Tentava-se mascará-lo de todas as maneiras. O negro também não podia reagir, pois isso era considerado rebeldia”, relembra.

 

Graça Santos afirma que sua atuação na entidade negra do DF começou quando uma colega de trabalho do Banco do Brasil começou a debater com ela sobre o assunto. “Com isso, surgiu a proposta de criar a primeira entidade negra do DF, fundada em 1978. Era um grupo grande, composto por profissionais liberais, advogados, professores, dentistas, além de nós, funcionários do Banco do Brasil e estudantes da UnB”, compartilha.

 

Saiba mais sobre todos os assuntos abordados nessa edição aqui: 

https://www.youtube.com/watch?v=VnB0ddt6-xU

 

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