Por Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista
Ancorado pelo comunicador popular Rogério Barba, o programa Barba na Rua, exibido na quarta-feira (23/04), recebeu a artista, educadora e produtora Rita Andrade para falar sobre a cultura da capital federal e compartilhar sua trajetória de vida.
Este programa integra o projeto Brasília Mostra Sua Cara e Cultura, uma parceria da TV Comunitária com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do GDF.
A convidada da edição também é gestora de projetos culturais e realiza obras audiovisuais. Atua há décadas na concepção de eventos e projetos culturais de grande impacto social, econômico e artístico no Distrito Federal, com ênfase em inclusão social e no fortalecimento das cadeias produtivas da cultura.
“Brasília tem um Fundo de Apoio à Cultura que é um dos mais antigos, com um grande volume de recursos e aplicabilidade. Mesmo assim, enfrentamos desafios imensos”, pontua.
Graduada em Artes Cênicas pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, Andrade possui MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores, além de diversos cursos de formação nas áreas social, artística e cultural. Atualmente, está cursando mestrado em Políticas Públicas e Governo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com pesquisa voltada para políticas públicas na área da cultura.
“Eu digo que hoje, no DF, temos um “nicho rico” de projetos que não são executados, muito maior do que os projetos que são realmente realizados”, observa Rita Andrade. Ela menciona que, quando um projeto é contemplado, as pessoas demoram meses envolvidas nos processos burocráticos e nas complicações de gestão, e o dinheiro não chega até elas. “São vários processos complicados que precisam ser resolvidos”, afirma.
A artista, educadora e produtora Rita Andrade também atuou como Conselheira Nacional de Política Cultural e foi membro consultivo da Comissão de Cultura, Esporte e Lazer da OAB-DF. “Quando temos uma cadeia de produção muito grande e o artista não é nutrido, estamos fragilizando, empobrecendo e precarizando diversos outros tipos de produção”, destaca a convidada.
Rita Andrade afirma ainda que essa questão precisa ser analisada pois, quando um teatro é fechado, por exemplo, ou quando os espetáculos são impossibilitados de serem apresentados, uma série de pessoas sofrem com o desemprego.
“Não é só o ator que está lá. O teatro conta com figurinista, carregador, camareira, cozinheiro e quem faz a limpeza, ou seja, ele movimenta uma cadeia principal e uma secundária. É muita gente trabalhando, e quando chegou a pandemia, ninguém olhava para essas pessoas”, relata.
Ao final da edição, Andrade enfatiza que são os trabalhadores da cultura que entregam na ponta a política pública. “Se a gestão não trabalha de forma adequada, competente e efetiva, esse serviço também não está sendo entregue à população que tem direito a ele. Todos temos direito à arte e à cultura, então acho que isso deve ser analisado sob todos os aspectos”, reforça.
Assista essa entrevista completa aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=zktuyBuVV98