Por que toda a mídia somente agora descobriu que Jorge Bergoglio ficou todo esse tempo no papado e só se deu conta disso depois de sua morte?
Fonte Brasília Capital – Carlos Alenquer – Repórter e Escritor Publicado
Tem muito assunto por aí que fica difícil de abordar no momento em que ele chega pedindo espaço. Alguns simplesmente o ignoram – como fez o chamado bispo Edir Macedo, ou empresário da fé, como o definem muitos, em sua Rede Record.
O silêncio existe pra tudo quanto é gosto. Ou – e vão as perguntas: por que toda a mídia, jornalões, redes da telinha, emissoras de rádio, somente descobriram agora que Francisco ficou 12 anos no papado? Qual a razão desse descompasso? Só deram conta disso depois de sua morte?
Para um empresário, é simples compreender (mas não precisa engolir) que ele trata a questão como quem encara um concorrente. Não por acaso, é dono de esplendoroso estabelecimento em Belo Horizonte, numa área preservada pelo Patrimônio, derrubando casas históricas sem dó nem piedade.
Já para a mídia, trata-se de outro problema: a fala de Francisco conseguiu, o tempo todo em que esteve no papado, abordar, numa linguagem simples, didática, o papel da Igreja de Roma nos dias de hoje: usar tudo o que os países ricos construíram para dar uma vida digna a todos, e não só a eles. Todos! Pretos, amarelos, pardos, brancos, arco íris e mais cores que existam em todos os habitantes deste planeta.
Mas fica o registro. À falta da fumacinha do Vaticano encontrar alguém como Francisco – aquele que fala aos homens de boa vontade, independentemente do credo religioso (ou mesmo sem credo nenhum) –, que os católicos prestem atenção, e pelo menos ouçam as palavras de Francisco. Alguma coisa boa vai sair daí.
PS. Escrito antes do Conclave. Mas continua valendo.