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1º de Maio é tema no TV MPA, que denuncia a jornada de 7 x 7 da classe trabalhadora camponesa e jornada de 10/12 horas por dia

Na sexta-feira (2/05/25), o programa TV MPA em parceria com a TV Comunitária de Brasília, apresentado pelo jornalista Paulo Miranda e pelo coordenador nacional de comunicação do MPA, Valter Israel, abordou o 1º de Maio – 139 anos de luta na perspectiva da luta camponesa, tendo como convidado Plínio Simas, também da coordenação do MPA.

Plinio Simas é também membro da coordenação estadual  do Rio Grande Sul do MPA e apresenta o programa Galpão Raiz, toda terça, às 19h30, pelo YouTube.

Plínio Simas pontua que só é visto como trabalhador aquele que tem a carteira assinada. “Os demais parecem não se sentir contemplados com o Dia do Trabalhador, é muito mais aquele que tem patrão. Mas, no meu entendimento de camponês, o Dia do Trabalhador é de todos que estão trabalhando, inclusive aqueles invisíveis”, ressalta.

De acordo com Simas, o próprio INSS não reconhece como trabalhadoras rurais as mulheres que ficam em casa cuidando das crianças, da casa e das plantações.

“Há várias outras categorias que estão no meio rural que não são reconhecidas, como as pessoas que cuidam dos avós e dos pais. Muitas vezes, elas não são reconhecidas como trabalhadores, e este dia 1º de maio é dos trabalhadores, independentemente de serem ou não regidos pelo CLT”, reforça.

O jornalista e apresentador Paulo Miranda destaca que o trabalhador camponês enfrenta violência no campo, a questão da reforma agrária, além da falta de armazéns, escolas, serviços de saúde e estradas. “É necessário que haja uma política agrícola efetiva para aumentar a produção. O trabalhador camponês enfrenta uma série de dificuldades que precisam ser superadas, e hoje essas pautas estão sendo discutidas junto ao governo, graças às organizações do MST e do MPA”, menciona.

O coordenador nacional de comunicação do MPA, Valter Israel, opina sobre a jornada de trabalho 6×1. “Os camponeses vivem uma rotina de trabalho de 10 a 12 horas diárias e, muitas vezes, trabalham arduamente para dar conta da produção. Para que essa jornada de trabalho pudesse ser reduzida, seria necessária a valorização dessa produção ou políticas públicas que diminuam o custo produtivo e reduzam esse esforço. Para mim, isso é um debate muito importante a ser feito neste momento”, diz.

Segundo Plínio Simas, nas cidades existe um planejamento para a criação de loteamentos e urbanização, mas na agricultura esse planejamento é inexistente. “O Estado brasileiro não planeja nada efetivo para o meio rural. Não há planejamento de educação para o meio rural, sempre há alguma ação para fechar as escolas rurais, e, muitas vezes, os alunos são levados para a cidade”, lamenta.

Simas acrescenta que, quando esses alunos se formam, acabam indo embora para a cidade. “Hoje aqui na minha região, os agricultores estão se mudando para a cidade porque os vizinhos moram muito longe uns dos outros. Com isso, a questão da segurança está bem precária. Um dos principais problemas hoje no meio rural é a segurança, pois as pessoas estão indo embora. As políticas públicas são feitas para a indústria e não para o agricultor”, enfatiza.

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