Por Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista
O programa Brasília Notícias, apresentado pela jornalista Camila Piacesi na terça-feira (15/04), abordou a questão da moradia digna e do planejamento urbano nas comunidades de São Sebastião e em outras localidades.
Para aprofundar esse assunto, Piacesi recebeu Camila Torres, secretária da Associação de Moradores do Setor de Chácaras Morro Azul, Wanderson Souza, vice-presidente, e Paulo Henrique, presidente.
Também participou da edição Romário Leal, defensor popular e presidente da Associação dos Moradores da Expansão do Capão Cumprido.
O presidente da AMEC, Romário Leal, explica que em Brasília existem 56 ARIS (Áreas de Regulação de Interesse Social), com 250 mil moradores nessas comunidades que não têm acesso a água potável em casa.
“Olha o nível do descaso no DF! Além disso, o PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial) é votado a cada 10 anos, e já estamos há quase 16 anos sem uma nova votação. Está muito atrasado e precisamos que esse PDOT contemple as ARIS, que são as áreas onde o poder público não chega”, alerta.
De acordo com Leal, as audiências públicas que estão ocorrendo são muito importantes para que os moradores possam participar e dar sugestões. “Temos conseguido muitas conquistas com a nossa luta em parceria com o projeto Vida e Águas. Inclusive, vamos realizar mais uma audiência pública na ARI Sol Nascente”, revela.
Segundo a secretária da AMSCMA, Camila Torres, na região onde reside não há acesso a água, esgoto nem serviços básicos. “A impressão que temos é que todos os governantes ficam adiando, alegando que haverá regularização. No entanto, existem ações que precisam ser tomadas antes. Não podemos ficar esperando esse momento acontecer para ter acesso a necessidades básicas que envolvem até a dignidade das pessoas”, reforça.
O vice-presidente da AMSCMA, Wanderson Souza, menciona que a realidade de São Sebastião é que os moradores estão implorando pelo básico, como água potável, energia elétrica, escolas e hospitais. “Estamos nessa luta incansável por regularização fundiária, pois é através dela que as pessoas podem ter o mínimo de dignidade na vida. No entanto, precisamos ser reconhecidos pelo Estado para que isso aconteça, e a regularização fundiária pode ser contemplada nesse PDOT”, pontua.
O presidente da AMSCMA, Paulo Henrique, relata que a questão do PDOT é omissa. “O que podemos fazer neste momento é bater de porta em porta e conversar com várias pessoas para conseguirmos alguma melhoria para as ARIS, porque nossa área é meio escondida. Lá, nem posto de saúde que nos atenda temos. É um grande problema dessas comunidades carentes que o poder público não observa”, lamenta.
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