Por Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista
Transmitido na terça-feira (13/05), o programa Letras & Livros apresentado pelo escritor e jornalista Pedro César Batista, contou com a presença das integrantes do grupo As Caixeiras Cia. de Bonecas: Amara Hurtado, Jirlene Pascoal e Mariana Baeta, que participaram de uma conversa sobre o Teatro Lambe-Lambe, uma invenção criada em 1989 em Salvador (BA). O programa também abordou a narrativa do livro Teatro Lambe-Lambe: uma Parição Brasileira.
Escrito por Amara Hurtado, Denise Di Santos, Jirlene Pascoal, Mariana Baeta e Sérgio Maggio, esse livro abrange tanto o percurso histórico quanto o desenvolvimento da linguagem do Teatro Lambe-Lambe. “Quando decidimos nos constituir como uma companhia, escolhemos o teatro lambe-lambe como nosso principal projeto, com o objetivo de levá-lo para todos os lugares. Aqui no Centro-Oeste, fomos a primeira companhia a difundir o teatro lambe-lambe criando projetos, encontros e, até hoje, continuamos fazendo isso”, relata Amara Hurtado.
Mariana Baeta explica que o teatro lambe-lambe possui uma linguagem genuinamente brasileira, criada por duas mulheres nordestinas. O que o caracteriza é a curtíssima duração e o uso de um espaço fechado com dimensões reduzidas. “É claro que a linguagem sofre transformações, os artistas vão adaptando e criando de acordo com suas necessidades. Além disso, ele se relaciona diretamente com a fotografia, devido às câmeras fotográficas escuras de antigamente, que eram feitas em uma caixa”, esclarece.
Amara Hurtado menciona que atualmente existem muitos tipos de teatro lambe-lambe, que vão desde pequenas projeções até o teatro de imagem, máscara e sombra. “Tudo que é inanimado dentro dessa casa de espetáculo. Por mais que sejam caixas, cada vez mais adotamos o termo casa de espetáculo. Quando nos profissionalizamos no teatro lambe-lambe, ultrapassamos a caixa de papelão e a transformamos em uma verdadeira casa de espetáculo, e as possibilidades são enormes”, pontua.
Hurtado compartilha ainda que as Caixeiras Cia. de Bonecas se conheceram em Brasília. “Cada uma já fazia teatro e nos encontramos em 2007 com a possibilidade de criar um espetáculo. Eu decidi resgatar a ideia de fazer um espetáculo de teatro lambe-lambe com a temática do universo feminino. Fizemos esse espetáculo e nos damos tão bem que decidimos continuar juntas, e assim começou As Caixeiras. Já estamos há 18 anos juntas”, relata.
Segundo Jirlene Pascoal, sua ideia inicial era abordar assuntos voltados para as mulheres, e sua primeira caixa de espetáculos se chamava Caixa de Nervos. “Trata-se da TPM. Pensando nisso, eu criei uma história que falava de uma mulher que estava cega de raiva, ou das coisas do dia a dia que, quando focamos, percebemos que são as coisas simples da vida que às vezes nos trazem calmaria”, diz.
Ao final da edição, Mariana Baeta reforça que o grupo está com um projeto chamado Espiral, com apoio do FAC. “É um projeto de manutenção do grupo e estamos em circulação com nossos espetáculos, oferecendo oficinas e uma série de ações. Acompanhe nosso Instagram @as_caixeirasciadebonecas ou pelo site www.ascaixeiras.com para ficar por dentro de todas as novidades”, enfatiza.
Assista essa edição completa aqui: