Ancorado pela jornalista Camila Piacesi, a edição do Baú Musical, de 24 de maio, recebeu as integrantes da Banda Chinelo de Couro para apresentar seus trabalhos e trocar ideias sobre a história da banda. A jornalista Camila Piacesi conversou com a vocalista e percussionista Shaira e com Júlia Carvalho, também percussionista e vocalista.
A vocalista Shaira explica que a banda Chinelo de Couro é composta por três mulheres e que começou com um encontro na Universidade de Brasília (UnB). Elas foram convidadas para cantar na Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge localizada em Alto Paraíso de Goiás – GO. “Nossa primeira apresentação foi lá, isso já vai fazer 10 anos. Cada uma tinha uma vivência na cultura popular, já escutávamos forró e nos juntamos para fazer esse som e estamos aí até hoje”, destaca.
Outra integrante da banda, a vocalista Júlia Carvalho, ressalta que a Banda Chinelo de Couro sempre buscou fazer um repertório além dos autorais. “Atualmente, a maioria das músicas são machistas e trazem mensagens de submissão ou de objetificação. Então a gente conversa sobre isso e sempre, colocando algumas questões em prática. De alguma forma nossas músicas inspiram outras mulheres”, pontua.
Segundo a vocalista Shaira, o fato de as mulheres estarem ocupando os espaços majoritariamente masculinos é um grande avanço. “É um passo muito importante e sempre conversamos sobre isso. Nós valorizamos e fortalecemos o trampo das nossas manas. Estivemos na Marcha das Mulheres em São Paulo, na Marcha das Margaridas em Brasília e pra gente é importante nos fortalecer nesse lugar”, afirma. “Eu acho que em todas as áreas a gente se fortalece”, completa.
Para acompanhar o trabalho e ficar por dentro de todas as novidades da banda, basta seguir no instagram: @banda.chinelodecouro. A vocalista Júlia Carvalho enfatiza que o disco da Banda Chinelo de Couro está disponível em todas as plataformas digitais com a participação de Martinha do Coco e vários outros músicos de Brasília, com a direção musical de Marquinhos Moraes.
O primeiro CD da banda, Cantos Brasileiros, passeia pelas culturas populares brasileiras, dos aboios dos vaqueiros aos ijexás dos terreiros, passando pelos cantos de lavadeiras e pelo famoso pé de serra rabecado.
O trabalho, gravado com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), contém 12 faixas entre releituras de canções do imaginário cultural popular e músicas autorais do grupo. A banda sempre incluiu músicas de domínio público no repertório e escolheu algumas com as quais mais se identificavam para compor o disco, como Adeus menininha e o canto de lavadeiras Senhora Santana.
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