Ancorado pela jornalista Camila Piacesi, o programa Baú Musical de sábado, dia 4, recebeu Roberto Muniz Dias, professor, romancista, dramaturgo e mestre em Literatura para falar sobre o lançamento do livro Todos Somos Bolhes, que trata sobre questões relacionadas a masculinidade.
De acordo com o escritor Roberto Muniz, o livro é uma pequena odisseia. “É uma novela distópica, ou seja, ambientada em 2070 que acompanha a trajetória de uma personagem. Ao longo da obra, a gente observa que é possível trocarmos as nossas genitálias por aparatos tecnológicos e o livro narra essa trajetória da personagem em busca desse corpo”, explica.
O livro será lançado no sábado, dia 11 de junho, às 18h no Café Um Biscoito em Águas Claras. “Haverá outros lançamentos na cidade, mas por enquanto, esse é o primeiro. Então fica o convite para todos estarem lá adquirindo o livro”, reforça Muniz. “Espero que possamos entender que temos nossas vozes e que elas podem protagonizar grandes histórias. “Que essa história possa ser narrada por pessoas que estão em busca da sua individualidade e do respeito acima de tudo”, completa.
Sobre o título do livro Todos Somos Bolhes, o professor e romancista Roberto Muniz destaca que Bolhes é um trocadilho. “É a linguagem que a personagem tem, pelo fato de ser intersexo. Ela não se define na binaridade que a gente enfrenta hoje em dia, com mais violência, e usa essa linguagem para se comunicar com ela mesma e entre os seus”, esclarece.
“Desde o início quando pensei em escrever esse livro, eu mantive a linguagem neutra porque incorporei que a personagem teria uma linguagem diferenciada”, menciona Muniz. De acordo com o escritor, a obra se trata de um reclame não só dela, mas também da comunidade onde vive.
“Se formos falar dos embates que existem na linguagem neutra, os gramáticos prescrevem o que deve ser certo e os linguistas estudam o fenômeno. Então é bem provável que a gente ainda vá falar muito sobre isso, porque é uma demanda não só do movimento social, mas de uma questão mais inclusiva”, pontua.
Roberto Muniz relembra que escreve literatura de ficção há mais de 12 anos, mas se encontrou no teatro. Atualmente Muniz trabalha como professor de inglês na Secretaria de Educação do DF e está empreendendo estudos de pesquisa dentro do doutorado.
Confira esta entrevista na íntegra aqui: