Cresce movimento de resistência democrática dentro
das redes de TVs Educativas e Comunitárias para defender ameaças à democracia e
às eleições por parte do presidente Jair Messias Bolsonaro; desde sua posse,
após vitória eleitoral, em 2018, os ataques não param; jurou defender a
Constituição, porém, nega-se, sistematicamente, a fazê-lo, estarrecendo o
Brasil e o mundo; a história irá relacionar cada ataque dele à carta magna e as
reiteradas manifestações de novos ataques ao texto constitucional; são inúmeras
as comprovações nesse sentido e, por isso, são também inúmeras as reações no
sentido de inibi-las, junto à justiça, pelos defensores da democracia; mais uma
vez, isso se repetiu, no final de semana, quando admitiu, em Vitória(ES), a
apoiadores evangélicos, que poderá ser preso por atentados à Constituição, caso
seja derrotado em outubro; não teria mais prerrogativas para continuar ferindo
a legislação brasileira; para enfrentar esse perigo, o movimento de comunicação
comunitária articula-se para defender o processo democrático, em reunião, no
RJ, nesse domingo; a estratégia é agir a partir dos governos estaduais de
oposição, que controlam as tvs Educativas para um movimento nacional e geral de
resistência.
Ora, se o presidente da República reconhece ser um
renitente burlador das leis, para defender seu mandado, custe o que custar; se
seus generais declaram, reiterando posições do chefe de governo, que, se ele
não for eleito, na vigência do sistema eleitoral, que tem as urnas eletrônicas
como seu veredito maior, não entregará o poder, tal posicionamento,
simplesmente, representa ataque frontal à democracia; como defender, nesse
caso, o sistema democrático, seus instrumentos legalizadores, contra a
ilegalidade manifesta de autoridades que, como o próprio presidente, rompem a
legalidade constitucional?
REPETIR BRIZOLA
Cabe, portanto, aos defensores da democracia se
mobilizarem contra os seus inimigos expressos e manifestos, argumentam os
organizadores do movimento de resistência; nesse sentido, há necessidade
urgente de convocar a população para a defesa da legalidade inscrita na
Constituição; isso já aconteceu uma vez, em 1961, por ação do governador Leonel
Brizola(PTB), do Rio Grande do Sul; diante da resistência dos militares
golpistas em darem posse ao presidente constitucional Jango Goulart, em face da
renúncia do presidente Jânio Quadros, Brizola convocou a população e lançou
movimento pela DEFESA DA LEGALIDADE; para vocalizar, nacionalmente, sua ação de
resistência ao golpe contra as instituições, o governador gaúcho utilizou a
Rádio Guaíba, meio estatal de comunicação social, e convocou a população a
defender, nas ruas, o mandato de Jango.
O espírito democrático se fez presente e a DEFESA
DA LEGALIDADE foi garantida, depois de grandes mobilizações do sentimento
nacional; Brizola fez história com H maiúsculo, ganhando projeção nacional e
internacional; não terá chegada a hora de, mais uma vez, tal expediente
político democrático, novamente, entrar em cena, para defender mandato popular
sob ataque dos fascistas?
Claramente, a democracia, sob o bolsonarismo, está
ameaçada, especialmente, depois do episódio esdrúxulo, patrocinado pelo
presidente golpista de convocar os embaixadores ao Palácio do Planalto para
denunciar o sistema eleitoral, segundo ele, inadequado pelas urnas eletrônicas;
revelou atitude paranoica que emporcalhou a imagem internacional do Brasil,
constituindo-se vexame sem par na diplomacia internacional; publicamente, o
presidente da República desmoralizou as próprias instituições nacionais;
trata-se de algo inaceitável, que reclama da consciência cidadã, imediata
reação em defesa dos poderes constituídos.
PAPEL DOS GOVERNADORES E COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA
Faz-se necessário e urgente repetir e engrandecer
o gesto histórico de Brizola para uma nova convocação nacional em DEFESA DA
LEGALIDADE ameaçada pelo gesto fascista do presidente da República, evidenciado
em escala internacional. Brizola deixou patente que o papel dos governadores,
nesse sentido, é importantíssimo, para defender as instituições; a população,
claramente, o apoiou por entender o sentido geral e maior da sua ação política
de defesa da Constituição; a arma contra esse atentado democrático em marcha
seria evidentemente montar CADEIA DA LEGALIDADE, juntando as TVs Educativas e
Rádios e TVs Comunitárias, especialmente, nos Estados onde governa a oposição:
Bahia(Rádio e TV), Ceará(Rádio e TV), Piauí(Rádio e TV), RN(Rádio),
Maranhão(Rádio), Espírito Santo(Rádio e TV Educativa) e TVT, que possui, junto
com a TVE/Bahia, sinal de satélite, para proporcionar o essencial, a montagem
dessa estratégia nacionalista de comunicação em defesa da soberania nacional;
ao lado do Sistema de Comunicação Comunitário, somariam a Associação Brasileira
de Imprensa(ABI), Ordem dos Advogados do Brasil(OAB), Confederação Nacional dos
Bispos Brasileiros(CNBB), que possui rede de 120 rádios católicas em todo o
país.
PAPEL POLÍTICO DA OPOSIÇÃO
A Federação dos Partidos de Oposição teria papel
fundamental na articulação da CADEIA DA LEGALIDADE, que, naturalmente, porá em
relevo a luta política em defesa da democracia ameaçada pelos golpistas
bolsonaristas, animados pelo presidente, que tem, sistematicamente, rasgado a
Constituição e reconhece, descaradamente, que poderá ser preso, se perder o
mandato pelos atentados praticados contra a carta magna; cumpre, portanto, que
a articulação em torno da CADEIA DA LEGALIDADE promova reunião com a oposição,
para tomada de posições comuns, o mais rapidamente possível, quando avolumam as
ações golpistas, cada vez mais explícitas, deixando desguarnecida a
Constituição ameaçada.
Veja em: https://ibi.ong.br/noticia/35000/abi-governadores-da-oposicao-podem-formar-cadeia-da-legalidade-em-defesa-da-democracia