Lula encerra as comemorações de 43 anos do PT com um discurso emocionado, no qual homenageou a militância e lembrou a razão de existir do partido: “Melhorar a qualidade de vida do nosso povo” 

Publicado em 14/02/2023 08h25 – atualizado às 08h49

Lula discursa nos 43 anos do PT: “Felicidade, ou a gente reparte, ou a gente perde, porque não é possível a gente ser feliz sozinho” (Foto: Ichiro Guerra / Site do PT)

Um discurso emocionado de Lula encerrou as comemorações do aniversário de 43 anos do PT, na noite de segunda-feira (13), em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde se reuniram lideranças do partido, aliados e milhares de militantes vindos de diferentes cantos do Brasil (veja no vídeo a seguir a íntegra do evento). 

Em vários momentos, o presidente discursou com a voz embargada e lágrimas nos olhos, como quando lembrou da solidariedade que recebeu da militância no momento mais crítico da história do partido: o de sua prisão injusta em 2018.

“Eu quero agradecer aquela vigília porque, sem ela, eu não estaria aqui. Pessoas que eu não conhecia e se dispuseram, durante 580 dias, a enfrentar chuva, sol, provocação. Era bom dia, Lula; boa tarde, Lula; boa noite, Lula. Pois hoje eu quero desejar, em liberdade e presidente da República: bom dia, Brasil; boa tarde, Brasil; boa noite, Brasil. Pois voltamos para governar com respeito aos mais pobres e para recuperar a democracia em toda a sua essência”, bradou.

“Existimos para melhorar a vida do nosso povo” 

Foram vários os momentos em que Lula chorou e fez chorar. Lembrou a dificuldade que foi criar o PT em 1980 e mantê-lo de pé desde então. Homenageou companheiros que já se foram e lamentou a situação difícil e indigna dos brasileiros provocada pelos seis anos que se seguiram após o golpe de 2016.

Lula também pediu para estar nas orações de todos, porque ainda deseja viver muito mais. “A vida é o dom mais importante que Deus nos deu e nós temos que aproveitá-la da melhor forma possível. E a melhor maneira é a gente ter uma causa, uma razão para viver. E qual razão melhor do que a gente contribuir para melhorar a vida do povo brasileiro? Do que garantir que aqueles índios ianomâmis não morram? Do que fazer com que não tenha mais crianças e pessoas dormindo debaixo de viadutos?”

Mudar essa situação é a razão pela qual o PT existe, lembrou Lula. “A razão da nossa existência é melhorar a qualidade de vida do nosso povo. Não é a gente viver bem, a gente ganhar as coisas. É a gente repartir. Felicidade, ou a gente reparte, ou a gente perde, porque não é possível a gente ser feliz sozinho. Por isso temos de estender a mão às pessoas que mais necessitam da gente. Por isso temos de ter um olhar mais meigo, mais fraterno, mais carinhoso com essas pessoas”, disse.

“Não tem dificuldade que a gente não possa vencer” 

Lula disse que voltou a governar para fazer ainda mais do que ele e Dilma fizeram em 13 anos. “Nós temos 13 anos de governo, um dos melhores momentos da história desse país foi no meu governo, quando banqueiro ganhou, empresário ganhou e trabalhador ganhou. Mas agora eles lamentam que o Lula vai voltar”, indignou-se. 

E prosseguiu, mais uma vez emocionado: “Vai voltar o Lula que a Dona Lindu pariu para governar este país da forma que precisa ser governado.

É esse Lula, que sabe que não pode se esquecer das suas origens, de onde veio, da quantidade de anos que viveu em casa enchendo de água, repartindo espaço com rato e barata. Esse Lula que veio hoje é o Lula que passou fome e comeu pão pela primeira vez aos 7 anos. Esse Lula veio, junto com vocês, para mudar este país e não permitir que uma criança mais possa morrer de fome”.

É o compromisso com o povo e a teimosia em brigar por uma vida melhor para homens, mulheres e crianças que fez o PT se transformar no maior partido de esquerda da América Latina, ressaltou. “E falo isso não para a gente ficar de nariz empinado, mas para sermos humildes. Não vamos ser egoístas. Não vamos rezar só por nós, vamos rezar pelos outros. Não sejamos egoístas, não vamos comer sozinhos, vamos repartir nossa comida.” 

E concluiu dizendo que carrega o Partido dos Trabalhadores em seu sangue. “Eu tenho, em cada célula do meu corpo, esse partido. Eu faço as coisas com prazer porque eu acredito.

Quando eu vejo catadores de papel, hoje, dentro do Palácio do Planalto fazendo discurso, eu tenho esperança. Eu tenho esperança de que não tem dificuldade que a gente não possa vencer. É só a gente querer e ter disposição de brigar. Vamos brigar pelo nosso partido e pelo povo brasileiro.” 

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